André Rocha: “Taça Guanabara não pode ser ilusão mais uma vez para o Flamengo”

Foram 33 cruzamentos em 90 minutos, mais os acréscimos. No vigésimo sétimo, o centro de Diego para Rever tocar e Kadu fazer contra. O gol para descomplicar um jogo em que o Boavista negou espaços com duas linhas de quatro  – Fellype Gabriel e Erick Flores voltando pelos lados com Pará e Renê.

O problema do Flamengo novamente foi a falta de jogadas mais criativas. Infiltrações em diagonal, tabelas por dentro. Difícil surpreender o adversário. Muito por causa de Diego. Parece perseguição, mas não é o caso. Inegável a importância do camisa dez pela liderança positiva, pela entrega absoluta, a concentração para auxiliar sem a bola na execução do 4-1-4-1. Em especial, a técnica nos cruzamentos e chutes, com bola rolando ou parada.

Mas repare que sempre que Diego recebe a bola e alguém se projeta para a jogada que vai furar as linhas de marcação o meia hesita. Domina, gira, dá mais um toque. Tempo suficiente para a marcação adversária se armar e só restar duas jogadas: abrir para um companheiro levantar a bola na área ou ele mesmo cruzar.

Para um time que planeja se instalar no campo de ataque e trabalhar a bola – terminou com 61,5% de posse – essa lentidão na circulação da bola na zona de decisão ou último terço atrapalha a criação de espaços. Não é o caso de barrar o camisa dez, mas tentar orientá-lo a soltar a bola mais rapidamente. Pode ajudá-lo, inclusive, na dura concorrência por uma vaga entre os 23 de Tite para a Copa do Mundo.

Em Cariacica, a tarde infeliz de Henrique Dourado até em jogadas simples complicou ainda mais. Mas pela disparidade entre as equipes , o time de Paulo César Carpegiani finalizou 20 vezes, cinco no alvo contra nenhuma do Boavista na direção da meta de César em um total de nove.

Com Rodinei e Vinícius Júnior, o time rubro-negro buscou mais o fundo na segunda etapa, ganhou velocidade pela direita e habilidade no um contra um do lado oposto. Com o cansaço do adversário a reta final foi de domínio absoluto e o segundo gol que definiu a conquista do primeiro turno do Carioca no lançamento de Everton Ribeiro que Vinícius Júnior raspou para tirar do goleiro Rafael.

21º título da Taça Guanabara e vaga garantida no quadrangular final do estadual. Mas não pode mais uma vez iludir pensando nas ambições do clube para a temporada, a começar pela disputa dura já na fase de grupos da Libertadores. Para a proposta de jogo de Carpegiani, nitidamente insatisfeito à beira do campo, há muito a evoluir. Na lógica do futebol brasileiro, os resultados ao menos ajudam a aumentar a confiança. Mas não bastam.

Reprodução: André Rocha

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