André Rocha: “Tite segue flertando com o perigo de repetir Dunga em 2010”

Dois de julho de 2010. Estádio Nelson Mandela Bay, em Porto Elizabeth. Quartas-de-final da Copa do Mundo de 2010, na África do Sul.

Vinte e sete minutos do segundo tempo. O Brasil perde para a Holanda de virada por 2 a 1, depois de sair na frente com Robinho e ter a chance de ampliar com Kaká, impedido por grande defesa de Stekelenburg. Está com um homem a menos após a expulsão de Felipe Melo.

Dunga, que pregou coerência nas convocações e deixou Paulo Henrique Ganso e Neymar no Brasil, se vira para o banco de reservas e depara com Kleberson, Josué, Julio Baptista, Grafite e Nilmar. O último entrou no lugar de Luis Fabiano. O treinador já havia trocado Michel Bastos por Gilberto. E morreu com uma substituição a fazer.

Voltemos a 2017. Tite divulga a lista para amistosos contra Japão e Inglaterra. A base titular mantida, sem problemas. Mas as opções seguem mais que questionáveis, especialmente no setor ofensivo: Giuliano, Taison e os Diegos, Souza e Ribas.

A impressão que fica é de que o treinador não quer criar dúvidas sobre a formação titular com a única variação utilizada até aqui: Willian no lugar de Philippe Coutinho ou Renato Augusto.

A ideia de consolidar o time titular com apenas um ano e três meses de trabalho e oito meses até o Mundial da Rússia é compreensível, até recomendável. Mas não pensar em um Plano B no caso da seleção ser mapeada, dissecada e bloqueada por um rival num jogo eliminatório é um enorme risco.

Porque na tensão de uma partida de quartas de final ou semifinal é preciso ter jogadores com alto desempenho e confiança. Quem observa com atenção o futebol jogado na Europa sabe que Fabinho, Allan, Jorginho, Malcom, Richarlison e até William José e Anderson Talisca estão rendendo mais. Merecem ao menos um teste. Abrir o leque. Ainda que não tenhamos um Neymar explodindo em algum clube brasileiro.

O momento do futebol jogado no país não é para confiar no desempenho dos atletas. Muito menos de quem não vem se destacando, como os Diegos. Qualquer liga europeia de nível intermediário oferece opções mais confiáveis. É duro reconhecer, mas não há como fugir.

Afinal, é meritocracia ou experiência e ser jogador de confiança que vale? A insistência com certos nomes desconstroi o discurso de disputa aberta e comissão atenta a todos os jogadores. Difícil entender.

De positivo, o retorno de Douglas Costa como opção ofensiva. Que ele não se contunda desta vez, ainda que não viva na Juventus um momento tão bom como no Bayern de Munique sob o comando de Pep Guardiola.


Veja mais:


No mais, Tite segue flertando com o perigo de repetir Dunga em 2010, o que seria um enorme desperdício de qualidade. Dentro e fora de campo.

Fonte: Blog do André Rocha | Uol

O post André Rocha: “Tite segue flertando com o perigo de repetir Dunga em 2010” apareceu primeiro em Coluna do Flamengo - Notícias, colunas, contratações, jogos e mais.



from Coluna do Flamengo – Notícias, colunas, contratações, jogos e mais http://ift.tt/2gW5ew8

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

RESENHA: TIME RESERVA | NOVO MANTO | PATROCINADOR MASTER | THIAGO NEVES FALA DE ARRASCAETA

Flamengo renova contrato de Lee “ShrimP”, caçador da equipe de League of Legends

Torcedor fanático, Esquiva Falcão se irrita com o Fla: “Tenho que mostrar como é ir cima”

Você lembra? Confira imagens antes e depois das reformas no Ninho do Urubu

Últimos corpos de vítimas de incêndio no Ninho são enterrados nesta segunda

Canal do Blog Ser Flamengo vai entrevistar Zopilote